domingo, 17 de agosto de 2008

Crítica de uma sarjeta


Um lenço, uma festa, um amigo. Elementos tradicionais que tornam uma noite comum. Mas que tipo de breu caiu sobre a pitoresca cidade nesta noite? Amores e amigos afundados em sentimentos conturbados, cambaleando em uma margem qualquer.


O amargo da bebida quebrou o doce das relações que anteriormente quicavam em nuvens, dessa vez negras de inveja. Depois de alguns minutos eternos, de afagos e gargalhadas senti que de nada valem os ditos alheios, se os instintos profundos gritam e gritam alto expelindo os atos impulsivos. O preço é caro, e deve ser pago. Mesmo assim firmamos um contrato banhado pelo ácido úrico que escorria, riozinho, entre as lajotas daquela noite.
Quanto ao
'moment danse'
, permitam-me relatar aqui que não passaram de movimentos ditados pelo duo. Ora ora, já que estamos falando do duo deixemos claro que merecem as felicitações, e infelizmente não o respeito. Porque aqui atos são recíprocos. E reciprocidade é a base das relações.
Pelo menos no mundo em que vivo uma avenca não pode insultar uma rosa. Tão enfeitada e sedosa merece paixão, fortalecendo: eu disse paixão! Não sexo.


Paixão você sabe o que é isso? Calando-me baixinho até confesso que talvez nem eu saiba, mas ao menos sei o que não é. E analisando os fatos dessa madrugada bizarra, concluo definitivamente que aquilo nada tem de paixão. Tout bien, quem sou eu pra criticar as opções alheias. Termino este relato declarando que a lua, a neblina e as nuvens podem mudar do preto pro branco as relações que nos permeiam.